Há alguns dias, conversei com um amigo sobre as mudanças iminentes na empresa em que trabalhamos, em função da necessidade de produzir mais gastando menos. Reflexos da "crise" que o país atravessa, nada diferente do que terá que fazer qualquer outra empresa, seja ela pública ou privada.
Em dado momento da conversa, me diz esse amigo que "aquela época de ouro, de trabalhar se divertindo, acabou. Agora é só foco no resultado e cobranças". Ouvir aquilo foi como um soco no estômago, que deixa a pessoa sem reação imediata. Depois de alguns dias, por não ter conseguido digerir essa afirmação, compartilho com vocês tentando entendê-la em mais profundidade.
Prestes a completar vinte anos de trabalho nessa empresa, posso contar nos dedos de uma mão os dias em que trabalhei me divertindo. Isso, por si só, já me deixou assustado: ora, quer dizer então que vai ser ainda pior? Mas não foi essa possibilidade que mais me incomodou, e sim a necessária correlação entre trabalho e sofrimento - ou, de maneira mais suave, "ausência de diversão". Quer dizer então que, pelo raciocínio apresentado, diversão é antiproducente?
Lembro de cada um desses poucos dias em que me diverti trabalhando. Foram os dias em que mais produzi para essa empresa, a ponto de extrapolar em muito o horário de expediente. Alcancei, nesses dias, uma produção muito acima da que era esperada. E não fui motivado por aumento de salário ou alguma gratificação, como podem supor. Fiz por entender que aquele trabalho tinha algum significado e realizá-lo me fazia bem. Só isso e simples assim. Fiz de forma diferente do que era normalmente feito E, por estar me divertindo de verdade com aquilo, cheguei a ouvir comentários do tipo "ah, só quer saber de brincadeira, assim é fácil". Nenhuma das pessoas que criticou se deu ao trabalho de ver que os resultados estavam sendo melhores do que o normal. Que eu e a empresa estávamos ganhando e que isso não era incompatível.
Nesse sentido, o tema que quero trazer à reflexão é: não é possível alcançar resultados com economia e se divertir ao mesmo tempo? Em que mundo estamos vivendo, no qual o trabalho passa a ser sinônimo de sofrimento, de angústia, de tristeza? E que, por outro lado, a alegria e diversão estão ligadas somente ao ócio, à preguiça, à falta de comprometimento?
Triste constatar que esse pensamento está se tornando lugar-comum, como na fala do meu amigo. Não é de se estranhar, portanto, pessoas insatisfeitas com o que fazem, sonhando com uma aposentadoria ainda distante ou, mais "palpável", aquele final de semana salvador ou as consagradoras férias. E irritados com aquela segunda-feira horrível, que insiste em se repetir semana após semana. São pessoas, como eu, que não conseguem mais achar prazer e diversão no que fazem. Pessoas que vão entristecendo aos poucos, que vão perdendo o tesão pela vida e por tudo que ela tem a oferecer.
Gostaria de ouvir (ler), de meus seletos e eruditos seguidores, o que pensam sobre o assunto. É possível trabalhar e se divertir ao mesmo tempo? Seriam conceitos e comportamentos incompatíveis?
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016
sexta-feira, 30 de janeiro de 2015
A ânsia por "dar o furo"
No jornalismo, como na vida, aquele que primeiro divulga uma informação é visto com um misto de orgulho e inveja pelos demais. Deve ser por isso que raramente se consegue manter um segredo guardado. As pessoas têm uma ânsia natural por contar, compartilhar. Na imprensa, uma novidade bombástica é conhecida como "furo de reportagem". Dá o furo aquele veículo/repórter que publica a informação antes de seus pares.
Para os repórteres, isso era mais tranquilo antes da evolução dos meios de comunicação e especialmente, das redes sociais. Havia tempo para apurar a notícia, confirmá-la para só depois torná-la pública. Claro, era necessária uma certa agilidade para não ser ultrapassado pelos concorrentes, mas o público só sabia das informações pelos meios "oficiais" - tv, rádio e jornal.
Hoje, o próprio público concorre com os jornalistas. Nesse sentido, resta a esses escolher dentre duas opções: publicar a informação sem checar sua veracidade tampouco a fonte - na ânsia por "dar o furo; ou não se preocupar em ser o primeiro, mas aprofundar a notícia e ser o melhor a divulgá-la.
A segunda opção é mais segura, mas infelizmente é para poucos. Exige competência e qualidade, elementos um tanto quanto em falta no mercado atual. Então, sobra ao repórter "balaio", aquele que sai replicando qualquer besteira que lê/ouve, o risco de pagar micos homéricos.
Ontem, algum gaiato criou uma conversa falsa no Whatsapp entre Carlos Arini, funcionário do Avaí e o atacante Dagoberto, campeão brasileiro pelo Cruzeiro em 2014. Nela, o atleta aparentemente demonstrava desejo de jogar no Avaí, "o time do Guga" e viria na próxima segunda para assinar o contrato (veja a suposta conversa no final do post).
A brincadeira foi publicada no Facebook e ganhou corpo. Mesmo com indícios fortíssimos de ser uma fraude, muita gente acreditou, o que levou o autor a retirar a publicação do ar. Mas não foi suficiente. Ansioso pelo furo, o repórter Alisson Francisco, da RBS, replicou a conversa e ainda acrescentou um ar de mistério, com algo do tipo "não me perguntem como consegui nem quem é minha fonte".
Pronto. Estava no ar o primeiro mico da imprensa catarinense em 2015, que dificilmente será superado - ainda que, levando em consideração os "profissionais" que temos, não me arrisco a dizer que não teremos outro "furo" ainda maior. Alisson se limitou a excluir a conversa, publicando depois um quase silencioso comentário informando que era falso, Não vou acusá-lo de querer se apropriar da notícia sem citar a fonte verdadeira, concedendo a ele o benefício da dúvida de ter recebido de terceiro ao invés de ter "chupado" da internet a imagem, ainda que isso seja difícil de acreditar nos dias atuais.
Definitivamente, como um amigo comentou no Whatsapp - esse verdadeiro - trata-se da "polidorização do jornalismo catarinense". Em outras palavras, a necessidade de divulgar qualquer informação sem confirmá-la, apenas para ser o primeiro e dizer depois "eu já sabia e tinha avisado", como costuma fazer o jornalista que inspirou a expressão. Coitados. E coitado de quem os lê e acompanha.
Depois da gafe, dezenas de pessoas criaram conversas falsas e as publicaram. Desde jogadores que viriam jogar em Florianópolis (Dedé e Neymar foram alguns) até supostos relacionamentos com atrizes famosas tomaram conta da rede. Foi divertido, vamos aceitar. Menos pro Alisson Francisco, é claro.
Em tempo: se você deseja criar sua própria "conversa" com alguém, o site http://www.fakezap.com/ faz isso de forma simples (dica do Rafael Xavier).
Para os repórteres, isso era mais tranquilo antes da evolução dos meios de comunicação e especialmente, das redes sociais. Havia tempo para apurar a notícia, confirmá-la para só depois torná-la pública. Claro, era necessária uma certa agilidade para não ser ultrapassado pelos concorrentes, mas o público só sabia das informações pelos meios "oficiais" - tv, rádio e jornal.
Hoje, o próprio público concorre com os jornalistas. Nesse sentido, resta a esses escolher dentre duas opções: publicar a informação sem checar sua veracidade tampouco a fonte - na ânsia por "dar o furo; ou não se preocupar em ser o primeiro, mas aprofundar a notícia e ser o melhor a divulgá-la.
A segunda opção é mais segura, mas infelizmente é para poucos. Exige competência e qualidade, elementos um tanto quanto em falta no mercado atual. Então, sobra ao repórter "balaio", aquele que sai replicando qualquer besteira que lê/ouve, o risco de pagar micos homéricos.
Ontem, algum gaiato criou uma conversa falsa no Whatsapp entre Carlos Arini, funcionário do Avaí e o atacante Dagoberto, campeão brasileiro pelo Cruzeiro em 2014. Nela, o atleta aparentemente demonstrava desejo de jogar no Avaí, "o time do Guga" e viria na próxima segunda para assinar o contrato (veja a suposta conversa no final do post).
A brincadeira foi publicada no Facebook e ganhou corpo. Mesmo com indícios fortíssimos de ser uma fraude, muita gente acreditou, o que levou o autor a retirar a publicação do ar. Mas não foi suficiente. Ansioso pelo furo, o repórter Alisson Francisco, da RBS, replicou a conversa e ainda acrescentou um ar de mistério, com algo do tipo "não me perguntem como consegui nem quem é minha fonte".
Pronto. Estava no ar o primeiro mico da imprensa catarinense em 2015, que dificilmente será superado - ainda que, levando em consideração os "profissionais" que temos, não me arrisco a dizer que não teremos outro "furo" ainda maior. Alisson se limitou a excluir a conversa, publicando depois um quase silencioso comentário informando que era falso, Não vou acusá-lo de querer se apropriar da notícia sem citar a fonte verdadeira, concedendo a ele o benefício da dúvida de ter recebido de terceiro ao invés de ter "chupado" da internet a imagem, ainda que isso seja difícil de acreditar nos dias atuais.
Definitivamente, como um amigo comentou no Whatsapp - esse verdadeiro - trata-se da "polidorização do jornalismo catarinense". Em outras palavras, a necessidade de divulgar qualquer informação sem confirmá-la, apenas para ser o primeiro e dizer depois "eu já sabia e tinha avisado", como costuma fazer o jornalista que inspirou a expressão. Coitados. E coitado de quem os lê e acompanha.
Depois da gafe, dezenas de pessoas criaram conversas falsas e as publicaram. Desde jogadores que viriam jogar em Florianópolis (Dedé e Neymar foram alguns) até supostos relacionamentos com atrizes famosas tomaram conta da rede. Foi divertido, vamos aceitar. Menos pro Alisson Francisco, é claro.
Em tempo: se você deseja criar sua própria "conversa" com alguém, o site http://www.fakezap.com/ faz isso de forma simples (dica do Rafael Xavier).
sexta-feira, 26 de abril de 2013
Alô, dotô!
E saiu, enfim, o aguardado edital de citação referente ao clássico entre Avaí x Figueirense, disputado no dia 07 de abril. Estranhamente, o jogador Maylson, da equipe visitante, não foi denunciado pela procuradoria do TJD catarinense, por ter insinuado ao microfone das emissoras de rádio que o Avaí foi ajudado pela arbitragem.
A omissão da procuradoria é no mínimo curiosa, pois o avaiano Marquinhos foi denunciado pelo mesmo motivo (reclamou da arbitragem após o jogo contra o Criciúma). Inclusive, a absolvição do avaiano com apenas uma advertência causou irresignação do Procurador Geral do TJD, sr. Felipe Branco Bogdan, que recorreu da decisão provocando novo julgamento (entenda o caso aqui).
Não consigo compreender porque agora, em caso idêntico, não houve denúncia. Quando aconteceu com Marquinhos, eu comentei nas redes sociais que só estavam fazendo isso porque o jogador é o grande nome do futebol catarinense e atrai a mídia por onde passa. Agora, quem é mesmo Maylson? Filho de Mayl? Não dá audiência e, portanto, não merece a denúncia. É isso mesmo, TJD?
Não custa nada lembrar as palavras do Procurador quando pediu novo julgamento para Marquinhos:
A omissão da procuradoria é no mínimo curiosa, pois o avaiano Marquinhos foi denunciado pelo mesmo motivo (reclamou da arbitragem após o jogo contra o Criciúma). Inclusive, a absolvição do avaiano com apenas uma advertência causou irresignação do Procurador Geral do TJD, sr. Felipe Branco Bogdan, que recorreu da decisão provocando novo julgamento (entenda o caso aqui).
Não consigo compreender porque agora, em caso idêntico, não houve denúncia. Quando aconteceu com Marquinhos, eu comentei nas redes sociais que só estavam fazendo isso porque o jogador é o grande nome do futebol catarinense e atrai a mídia por onde passa. Agora, quem é mesmo Maylson? Filho de Mayl? Não dá audiência e, portanto, não merece a denúncia. É isso mesmo, TJD?
Não custa nada lembrar as palavras do Procurador quando pediu novo julgamento para Marquinhos:
"não era uma hipótese a suspensão da pena de suspensão do atleta, em troca de uma advertência. A Procuradoria não entende que seja uma infração de pequena gravidade. A gente sempre tem que contextualizar, são palavras fortes, envolve o árbitro, a Federação. Além do mais ele disse isso para a imprensa, o que ganha um valor maior".Uma pena que um órgão respeitável como o Tribunal de Justiça Desportiva use pesos diferentes para a mesma medida. Que "justiça" é essa que trata de forma diferente situações idênticas? No linguajar ilheu, podemos dizer que "o vento que sopra lá, não sopra cá". Uma pena, de verdade.
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Acharam os culpados
Foto: Alan Pedro/Notícias do Dia |
1 - De acordo com o texto, as máquinas que começaram a limpeza foram retiradas para dar espaço ao trabalho mais minucioso, que envolve as árvores mais altas. Ora, qualquer pessoa que passar pelo local (bem como em qualquer outro mangue) verá que a vegetação é uniforme, com as árvores apresentando praticamente o mesmo tamanho. Não existe ali "vegetação rasteira" e "árvores mais altas". O trecho que foi arrancado pelas máquinas no dia da apresentação à TV possuía árvores idênticas às que agora são classificadas como "árvores mais altas";
2 - O cuidado é justificado pelas aves que fazem os ninhos no topo das árvores. Ok, deve ser louvada qualquer preocupação com a fauna nativa. Mas então, por que diabos começaram a arrancar a vegetação e depois pararam quando a televisão foi embora? Eu estava certo quando imaginei que foi tudo um circo para mostrar serviço? Ou as aves foram "descobertas" só naquele dia?
3 - Esse detalhe estava no planejamento do Deinfra e a empresa que fará a retirada das árvores chegará nos próximos dias ao local. Opa, então quer dizer que já sabiam sobre os ninhos... excelente! Nesse caso, por que a empresa já não estava lá quando as máquinas pararam? Por que ela chegará somente "nos próximos dias"? E o que devemos considerar, afinal, como "próximos dias"? Pode ser amanhã, semana que vem ou daqui a dois meses? Não acredito que no contrato entre o órgão público e a empresa exista uma cláusula dizendo que o trabalho deve começar "nos próximos dias". Se for assim, não espantará se o prazo de conclusão constar como "indeterminado".
No final das contas, se a obra atrasar, vai ser por culpa dos pássaros. E com razão, a propósito. Esses bichos, que não sabem viver em sociedade, saem fazendo suas casas sem licença da Prefeitura, sem ligação de água tampouco de energia elétrica. Daqui a pouco vão querer até indenização pra sair dali. Levando em conta a competência extrema dos responsáveis, só isso mesmo para explicar que o trabalho ficou parado por mais de uma semana, mesmo com clima favorável.
Meu medo - estou falando sério - é que daqui a pouco apareça no "planejamento" que existem tocas de caranguejo naquele mangue. E que seja preciso esperar "alguns dias" para que uma empresa especializada venha retirá-los de forma segura.
Em tempo: quem usa a rodovia sabe que, em determinados dias do outono, a maré alta invade a pista dificultando - por vezes, até impedindo - a passagem de veículos. Espero que levem isso em conta na duplicação, elevando a via o suficiente para acabar com o problema. Mas isso eu não preciso avisar, né?
terça-feira, 23 de abril de 2013
Obra de televisão
Foto: Floripanews |
De acordo com os responsáveis pela execução do projeto, as obras não haviam começado antes por causa das chuvas que ocorreram nos meses de janeiro e fevereiro, além da falta da necessária licença, que havia sido finalmente fornecida pelo Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).
Pois bem. No mesmo dia, apareceram no local diversos jornalistas, com o objetivo de registrar o início da obra. Com disposição incomum, máquinas arrancavam freneticamente a vegetação do mangue enquanto operários acompanhavam o trabalho. Tudo devidamente registrado pelas câmeras e exibido "por toda Santa Catarina" (assista aqui).
Eu, que moro no Carianos, fiquei naturalmente satisfeito com a notícia. Estranhamente, no dia seguinte, as máquinas tinham desaparecido. Apenas alguns funcionários trabalhavam no local, colocando duas placas com a propaganda do "pacto das estradas" promovido pelo governo do Estado. Depois disso, não tenho visto mais viv'alma no local, apesar de passar diariamente, pelo menos duas vezes, por ali. A vegetação que estava sendo retirada ficou exatamente como deixaram no dia das filmagens. Um visitante incauto não imaginaria que obra de tal porte está sendo executada no local.
Dessa vez, qual a desculpa? Desde o dia 17, quando "começou" a obra, não caiu sequer uma gota de chuva em Florianópolis, logo não pode ser por causa do clima. As licenças estão ok, ou o trabalho não teria sequer começado. E agora, o que falta? Por favor, não venham dizer que estão trabalhando em "outras frentes". Não existem planejamento de obra desse tamanho que faça deslocar uma equipe e os equipamentos para trabalhar UM DIA e depois ir fazer outras coisas. Não quero crer que foi só para aparecer na TV e usar como propaganda política depois...
com não sou engenheiro, posso estar equivocado e abro o espaço para quem quiser fazer as devidas explicações. Mas depois, não venham justificar aditivos aos contratos e atraso nos prazos por conta do "clima" ou usando qualquer outra desculpa esfarrapada. Não aguentamos mais essa "enrolação" oficial.
Em tempo: na reportagem, a RBS insiste em chamar a rodovia de "Diomicio DE Freitas". É possível que estejam falando da avenida localizada do Distrito Industrial de Anápolis, em Goiás. Vai ver, é pra lá que as máquinas e os operários foram. A daqui é Diomicio Freitas, somente. Custa pesquisar um pouquinho? Mas o que esperar de uma imprensa que insiste na denominação "Ilha de Florianópolis"?
sábado, 20 de abril de 2013
quinta-feira, 18 de abril de 2013
Status: aguardando o TJD catarinense
Há aproximadamente um mês (20/03), o Avaí recebeu o Criciúma no estádio da Ressacada, em Florianópolis, em partida válida pelo campeonato catarinense e que terminou empatada em dois gols. Quase ao final do jogo, a torcida da casa reclamou de um possível pênalti não marcado sobre o jogador Marquinhos. O próprio atleta, ao final da peleja, reclamou aos microfones que o Avaí tinha sido "roubado".
Ora, o árbitro de futebol é autoridade máxima em campo e não pode ser chamado de "ladrão" e ficar tudo por isso mesmo. E, embora a súmula do árbitro Célio Amorim não mencionasse o fato, Marquinhos foi denunciado no Tribunal de Justiça Desportiva por por "desrespeitar o árbitro da partida e reclamar desrespeitosamente contra as suas decisões, o que configura a infração disciplinar tipificada no art. 258 do CBJD". Foi absolvido no primeiro julgamento com uma simples advertência, mas o Procurador Geral da entidade, sr. Felipe Branco Bogdan, inconformado com a punição branda, recorreu da decisão, provocando novo julgamento ao atleta avaiano.
Nas palavras do douto Procurador:
Além disso, no mesmo jogo, o senhor Fábio Lopes Maraston, preparador físico do Figueirense, se dirigiu até o árbitro Ronan Marques da Rosa e, como consta na súmula da partida, falou as seguintes palavras:
É preciso aguardar alguns dias, entretanto, dando o tempo necessário para denúncia e julgamento. Marquinhos foi julgado em aproximadamente 20 dias após a partida contra o Criciúma, de modo que, no máximo até o final de abril os funcionários do Figueirense também devem sê-lo, o que vai tirá-los das partidas semifinais (ou finais) do campeonato. Lamentável para o clube, mas é preciso dar o exemplo. Vamos acompanhar os próximos passos dessa "novela" e voltaremos ao assunto.
Ora, o árbitro de futebol é autoridade máxima em campo e não pode ser chamado de "ladrão" e ficar tudo por isso mesmo. E, embora a súmula do árbitro Célio Amorim não mencionasse o fato, Marquinhos foi denunciado no Tribunal de Justiça Desportiva por por "desrespeitar o árbitro da partida e reclamar desrespeitosamente contra as suas decisões, o que configura a infração disciplinar tipificada no art. 258 do CBJD". Foi absolvido no primeiro julgamento com uma simples advertência, mas o Procurador Geral da entidade, sr. Felipe Branco Bogdan, inconformado com a punição branda, recorreu da decisão, provocando novo julgamento ao atleta avaiano.
Nas palavras do douto Procurador:
"não era uma hipótese a suspensão da pena de suspensão do atleta, em troca de uma advertência. A Procuradoria não entende que seja uma infração de pequena gravidade. A gente sempre tem que contextualizar, são palavras fortes, envolve o árbitro, a Federação. Além do mais ele disse isso para a imprensa, o que ganha um valor maior".Até aqui, nada a contestar. A lei existe para que seja cumprida e, se o atleta cometeu excesso, merece ser punido. O que causa estranheza - e aqui o fato motivador desse artigo - é que no dia 07 de abril, em partida disputada no mesmo estádio, entre Avaí e Figueirense, o atleta Maylson Barbosa Teixeira, do clube visitante, veio aos microfones afirmando que "esse timinho precisa ser ajudado pelo juiz". Se essa declaração não possui o mesmo teor daquela feita pelo Marquinhos, preciso rever meus conceitos.
Além disso, no mesmo jogo, o senhor Fábio Lopes Maraston, preparador físico do Figueirense, se dirigiu até o árbitro Ronan Marques da Rosa e, como consta na súmula da partida, falou as seguintes palavras:
"seu filho da puta, tu é (sic) um filho da puta".Dessa forma, este blogueiro, que ainda consegue ser apaixonado por futebol, está aguardando que a mesma Procuradoria denuncie o atleta Maylson, do Figueirense, bem como o preparador físico do clube, pelas infrações praticadas. Não tenho a menor dúvida que o Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina cuidará de aplicar punição severa e exemplar aos envolvidos, pelo bem do futebol.
É preciso aguardar alguns dias, entretanto, dando o tempo necessário para denúncia e julgamento. Marquinhos foi julgado em aproximadamente 20 dias após a partida contra o Criciúma, de modo que, no máximo até o final de abril os funcionários do Figueirense também devem sê-lo, o que vai tirá-los das partidas semifinais (ou finais) do campeonato. Lamentável para o clube, mas é preciso dar o exemplo. Vamos acompanhar os próximos passos dessa "novela" e voltaremos ao assunto.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Futebol em frequência modulada
Desde que o mundo é mundo (tudo bem, nem tanto assim), o futebol é levado aos torcedores de todas as partes através do bom e velho "radinho" de amplitude modulada, o famoso AM. Locuções antológicas marcaram época, num tempo em que as transmissões pela TV eram raras e o aficcionado pelo esporte bretão viajava com as descrições e fantasias criadas pelos mestres da narração esportiva.
Atualmente, são dezenas de partidas na telinha toda semana, o que fez com que a audiência do rádio diminuísse a níveis preocupantes. Ainda assim, são milhares de torcedores ligados nas partidas, boa parte deles dentro dos estádios. Só que a tecnologia trouxe um efeito colateral: as pessoas estão deixando de portar aparelhos de rádio e sintonizando o sinal em aparelhos celulares e outros dispositivos móveis. O "problema" com isso é que esses equipamentos não recebem sinais de AM, o que não chega a ser uma heresia, considerando a qualidade do sinal em frequência modulada (FM).
Não por acaso, diversas emissoras FM montaram equipes e passaram a transmitir futebol, angariando para si uma fatia do mercado - de ouvintes e anunciantes. A frustração, nesse ponto, fica pelo formato escolhido por essas empresas: ao invés de manter a tradicional "jornada esportiva", optaram por uma jovialidade forçada e adolescente, típica do FM. Como a linha que separa a graça do patético é extremamente tênue, elas não caíram no gosto do público. É o que acontece com a Band FM, em Florianópolis, cujas transmissões se dedicam mais em mandar abraços e saudações a ouvintes/internautas e fazer piadinhas de gosto duvidoso, do que propriamente em contar e comentar as partidas de futebol. Pouca informação, muita brincadeira, um formato que definitivamente não agrada.
A Regional, também da capital catarinense, faz uma transmissão mais ortodoxa e próxima do AM, o que deve ser louvado. Respeitadas as limitações de tempo que impedem um pré e pós jogos decentes, deve-se louvar as jornadas esportivas da emissora. Mas está angariando ouvintes e ainda não possui o peso de um nome forte no rádio florianopolitano.
Quem poderia incomodar de verdade e a custo baixo é a Guarujá. Detentora de uma frequência FM em Florianópolis, ela poderia fazer uma "cadeia" entre suas emissoras AM e FM, alcançando um público que ainda não possui - o dos usuários de dispositivos móveis - e se aproveitando da equipe já formada e da tradição na cidade. Quem não gostaria de ouvir as transmissões da Guarujá com o sinal límpido e forte da Antena 1? Ademais, ninguém reclamaria da "intromissão", uma vez que a programação em rede da emissora paulista se resume a tocar músicas com raríssimos momentos de informação. Nada que não pudesse ser feito localmente, por pessoas dispostas e com maior retorno para a Guarujá, não tenho dúvidas disso.
Naturalmente, desconheço os detalhes do contrato entre Guarujá e Antena 1 para afirmar se essa estratégia pode ser implementada. De qualquer modo, fica a ideia, que dou de graça pelo apreço que tenho pela emissora: levem seu futebol para o FM, ganhem mais ouvintes, mais anunciantes... e incomodem de verdade a concorrência. No mínimo, seria divertido.
Atualmente, são dezenas de partidas na telinha toda semana, o que fez com que a audiência do rádio diminuísse a níveis preocupantes. Ainda assim, são milhares de torcedores ligados nas partidas, boa parte deles dentro dos estádios. Só que a tecnologia trouxe um efeito colateral: as pessoas estão deixando de portar aparelhos de rádio e sintonizando o sinal em aparelhos celulares e outros dispositivos móveis. O "problema" com isso é que esses equipamentos não recebem sinais de AM, o que não chega a ser uma heresia, considerando a qualidade do sinal em frequência modulada (FM).
Não por acaso, diversas emissoras FM montaram equipes e passaram a transmitir futebol, angariando para si uma fatia do mercado - de ouvintes e anunciantes. A frustração, nesse ponto, fica pelo formato escolhido por essas empresas: ao invés de manter a tradicional "jornada esportiva", optaram por uma jovialidade forçada e adolescente, típica do FM. Como a linha que separa a graça do patético é extremamente tênue, elas não caíram no gosto do público. É o que acontece com a Band FM, em Florianópolis, cujas transmissões se dedicam mais em mandar abraços e saudações a ouvintes/internautas e fazer piadinhas de gosto duvidoso, do que propriamente em contar e comentar as partidas de futebol. Pouca informação, muita brincadeira, um formato que definitivamente não agrada.
A Regional, também da capital catarinense, faz uma transmissão mais ortodoxa e próxima do AM, o que deve ser louvado. Respeitadas as limitações de tempo que impedem um pré e pós jogos decentes, deve-se louvar as jornadas esportivas da emissora. Mas está angariando ouvintes e ainda não possui o peso de um nome forte no rádio florianopolitano.
Quem poderia incomodar de verdade e a custo baixo é a Guarujá. Detentora de uma frequência FM em Florianópolis, ela poderia fazer uma "cadeia" entre suas emissoras AM e FM, alcançando um público que ainda não possui - o dos usuários de dispositivos móveis - e se aproveitando da equipe já formada e da tradição na cidade. Quem não gostaria de ouvir as transmissões da Guarujá com o sinal límpido e forte da Antena 1? Ademais, ninguém reclamaria da "intromissão", uma vez que a programação em rede da emissora paulista se resume a tocar músicas com raríssimos momentos de informação. Nada que não pudesse ser feito localmente, por pessoas dispostas e com maior retorno para a Guarujá, não tenho dúvidas disso.
Naturalmente, desconheço os detalhes do contrato entre Guarujá e Antena 1 para afirmar se essa estratégia pode ser implementada. De qualquer modo, fica a ideia, que dou de graça pelo apreço que tenho pela emissora: levem seu futebol para o FM, ganhem mais ouvintes, mais anunciantes... e incomodem de verdade a concorrência. No mínimo, seria divertido.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
A nova Guarujá
No final do ano passado, em uma visita à Radio Guarujá (1420 Khz em Florianópolis), fiquei triste ao ver o estado em que estava a mais tradicional emissora da cidade. Praticamente abandonada, com alguns abnegados ainda mantendo o sinal no ar, não era nem de longe a potência que me acostumei a ouvir desde criança.
Tinha ido lá apresentar o piloto de um programa esportivo feito por torcedores, que por diversos motivos não foi levado ao ar. Durante a conversa com um desses herois que teimosamente insistiam em, literalmente, não desligar os aparelhos que mantinham a emissora viva, fiquei sabendo dos diversos problemas e do iminente fim daquela que um dia usou com propriedade o slogan "a Guarujá só dá bola pra você".
A única esperança, a luz no fim do túnel, segundo esse profissional, era a promessa de investimentos para 2013, feita por um dos donos da empresa. Saí de lá pouco confiante com qualquer mudança e minha incredulidade só aumentava quando o ano novo chegou e, com ele, a mesma Guarujá agonizando e contando as horas para o fim. Nada indicava que alguma coisa pudesse melhorar, até que...
Em março desse ano, surgiu a notícia da contratação de Chico Lins para trabalhar na emissora. Jornalista e ex-atleta de Futsal, Chico tem motivação e competência suficientes para dar nova cara à Guarujá. Antes dele, chegou o locutor Clodoaldo Pereira, o "caixa", além do anúncio de jornalistas conhecidos do público da Capital, como Dolmar Frizon e Paulo Brito.
Está sendo anunciada para maio (ainda veladamente, é verdade) a "nova programação" da Guarujá. Pelos nomes que surgiram, é notório que a emissora vai focar seus esforços no esporte, em especial no futebol - estratégia que, sob minha ótica, é a mais acertada. Nesse sentido, ela pode dar ainda um salto de qualidade se usar sua frequência de FM (92,1 MHz, ocupada pela Antena 1) para transmitir em cadeia com a rádio AM. Com isso, ganharia a audiência cada vez maior dos dispositivos móveis (que não recebem sinal AM) e teria um diferencial que suas maiores concorrentes não poderiam combater. Transmissão típica de AM com o sinal puro de FM, só a Guarujá teria (volto a falar mais desse assunto em post futuro).
Meu sentimento - e do público em geral - é de torcida pelo sucesso da empreitada. Florianópolis precisa da Guarujá forte e competitiva. É hora de mudar e as ferramentas estão à disposição. Tomara que a rádio não incorra no erro de apenas copiar o que já faz "a líder". Que tenha a necessária ousadia para experimentar, para ouvir o torcedor - eles estão cheios de ideias fantásticas, acredite - e de testar. Vida longa à Guaruja. O público agradece!
Tinha ido lá apresentar o piloto de um programa esportivo feito por torcedores, que por diversos motivos não foi levado ao ar. Durante a conversa com um desses herois que teimosamente insistiam em, literalmente, não desligar os aparelhos que mantinham a emissora viva, fiquei sabendo dos diversos problemas e do iminente fim daquela que um dia usou com propriedade o slogan "a Guarujá só dá bola pra você".
A única esperança, a luz no fim do túnel, segundo esse profissional, era a promessa de investimentos para 2013, feita por um dos donos da empresa. Saí de lá pouco confiante com qualquer mudança e minha incredulidade só aumentava quando o ano novo chegou e, com ele, a mesma Guarujá agonizando e contando as horas para o fim. Nada indicava que alguma coisa pudesse melhorar, até que...
Em março desse ano, surgiu a notícia da contratação de Chico Lins para trabalhar na emissora. Jornalista e ex-atleta de Futsal, Chico tem motivação e competência suficientes para dar nova cara à Guarujá. Antes dele, chegou o locutor Clodoaldo Pereira, o "caixa", além do anúncio de jornalistas conhecidos do público da Capital, como Dolmar Frizon e Paulo Brito.
Está sendo anunciada para maio (ainda veladamente, é verdade) a "nova programação" da Guarujá. Pelos nomes que surgiram, é notório que a emissora vai focar seus esforços no esporte, em especial no futebol - estratégia que, sob minha ótica, é a mais acertada. Nesse sentido, ela pode dar ainda um salto de qualidade se usar sua frequência de FM (92,1 MHz, ocupada pela Antena 1) para transmitir em cadeia com a rádio AM. Com isso, ganharia a audiência cada vez maior dos dispositivos móveis (que não recebem sinal AM) e teria um diferencial que suas maiores concorrentes não poderiam combater. Transmissão típica de AM com o sinal puro de FM, só a Guarujá teria (volto a falar mais desse assunto em post futuro).
Meu sentimento - e do público em geral - é de torcida pelo sucesso da empreitada. Florianópolis precisa da Guarujá forte e competitiva. É hora de mudar e as ferramentas estão à disposição. Tomara que a rádio não incorra no erro de apenas copiar o que já faz "a líder". Que tenha a necessária ousadia para experimentar, para ouvir o torcedor - eles estão cheios de ideias fantásticas, acredite - e de testar. Vida longa à Guaruja. O público agradece!
quinta-feira, 11 de abril de 2013
Que feio, Fox Sports
Definitivamente, a Fox Sports ainda não acertou a mão na Taça Libertadores da América 2013. Detentora de exclusividade para o Brasil (os jogos que você assiste pelo SporTV são fruto de um acordo com a Fox), a emissora parece mais interessada em "fazer festa" do que propriamente em transmitir as partidas do torneio.
Ontem, durante a transmissão de Real Garcilasso x Cerro Porteño, o canal passou boa parte do jogo (quase o segundo tempo inteiro) dividindo a tela para exibir a expectativa para a partida que transmitiria na sequência (Grêmio x Fluminense). E dá-lhe mostrar chegada de ônibus, aquecimento de jogadores, torcidas... o descaso com o jogo que estava acontecendo ao vivo foi tão grande que chegou a acontecer gol sem narração, pois estavam com o áudio em uma enfadonha entrevista com o médico do Grêmio.
É óbvio que o jogo mais importante da noite era o clássico brasileiro. Óbvio também que Garcilasso x Cerro não é um confronto que desperte tanto interesse... mas, se são os únicos a transmitir e se o jogo é AO VIVO, que façam direito. Quem sintonizou na emissora naquele horário é fã de futebol e quer ver o jogo e não esse pseudo-jornalismo sensacionalista.
É natural que passem informações e façam chamadas constantes para o principal jogo da noite. O que causa desconforto é dividir a tela para mostrar imagens sem o menor atrativo. Esse comportamento denota um descaso com a competição que chega a assustar, para uma emissora que ainda está engatinhando na busca por se consolidar no país.
E não foi a primeira vez que isso aconteceu, já é atitude corriqueira na Fox Sports. Que me lembre, na transmissão de Peñarol vs Velez Sarsfield (jogo BEM mais interessante, aliás), usaram do mesmo expediente para mostrar o ônibus do Atlético-MG chegando para jogar na Argentina e o aquecimento dos goleiros do Galo. Mudei de canal pra não voltar mais naquele dia, assim como fiz ontem. Preferi assistir ao sulamericano sub-17 em outro canal, na íntegra. Lamentável.
Ontem, durante a transmissão de Real Garcilasso x Cerro Porteño, o canal passou boa parte do jogo (quase o segundo tempo inteiro) dividindo a tela para exibir a expectativa para a partida que transmitiria na sequência (Grêmio x Fluminense). E dá-lhe mostrar chegada de ônibus, aquecimento de jogadores, torcidas... o descaso com o jogo que estava acontecendo ao vivo foi tão grande que chegou a acontecer gol sem narração, pois estavam com o áudio em uma enfadonha entrevista com o médico do Grêmio.
É óbvio que o jogo mais importante da noite era o clássico brasileiro. Óbvio também que Garcilasso x Cerro não é um confronto que desperte tanto interesse... mas, se são os únicos a transmitir e se o jogo é AO VIVO, que façam direito. Quem sintonizou na emissora naquele horário é fã de futebol e quer ver o jogo e não esse pseudo-jornalismo sensacionalista.
É natural que passem informações e façam chamadas constantes para o principal jogo da noite. O que causa desconforto é dividir a tela para mostrar imagens sem o menor atrativo. Esse comportamento denota um descaso com a competição que chega a assustar, para uma emissora que ainda está engatinhando na busca por se consolidar no país.
E não foi a primeira vez que isso aconteceu, já é atitude corriqueira na Fox Sports. Que me lembre, na transmissão de Peñarol vs Velez Sarsfield (jogo BEM mais interessante, aliás), usaram do mesmo expediente para mostrar o ônibus do Atlético-MG chegando para jogar na Argentina e o aquecimento dos goleiros do Galo. Mudei de canal pra não voltar mais naquele dia, assim como fiz ontem. Preferi assistir ao sulamericano sub-17 em outro canal, na íntegra. Lamentável.
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