Sobre jornais

Quando eu era moleque, lia diariamente o jornal "O Estado". Na época, ainda em formato de jornal (não tablóide), era o que mantinha a população da Capital informada. Tínhamos também os bons "Jornal de Santa Catarina" e "A Notícia", que embora de outras cidades (Blumenau e Joinville) tinham seu espaço também por aqui. E vivia-se a saudável pluralidade de idéias - e interesses.

E meados dos anos 80, surgiu o Diário Catarinense. Eu, como aficcionado por jornais, pensei: "que beleza, mais uma opção de leitura". Ainda tinha a novidade de ser tablóide e colorido, algo novo por aqui.

O que eu não podia supor, à época, é que o grupo RBS fosse praticamente acabar com a concorrência na mídia impressa de Florianópolis. E fosse "matando", aos poucos, nosso velho "O Estado". E fosse comprando toda a concorrência. Primeiro, o "Santa". Mais recentemente, "A Notícia".

O pessoal do SBT resolveu então investir no nicho popular, lançando o "Notícias do Dia", que é vendido por R$ 0,50. Estava ocupando seu espaço, mas a RBS, incomodada com a pretensão do oponente, lançou o "Hora de SC", também no segmento popular, a R$ 0,25. Alguém dúvida que o "Notícias do Dia" está com os dias contados?

Agora, comentários de corredor dão conta que a Rede Record, que conseguiu tirar o Campeonato Catarinense da "toda-poderosa" e também o "megastar" Hélio Costa do SBT, estaria disposta a investir na mídia impressa. Vamos aguardar e torcer para que seja um projeto bem feito e de sucesso.

Atualmente, quem lê jornal em Florianópolis praticamente só conhece o ponto de vista dos Sirotsky. E o ponto de vista único é sempre perigoso. Nada como a discussão e o debate de idéias.

Em tempo, deve-se fazer uma menção honrosa ao "Diarinho", de Itajaí, que pode ser encontrado também em Florianópolis e que, apesar do jornalismo "porta de cadeia" que faz, tem seus méritos e muita coisa boa, como a coluna do César Valente.