No post anterior, mencionei a falta de qualidade no rádio de Floripa. E que o tema merecia um espaço próprio. Pois vamos a ele:
chega a irritar, às vezes, a programação das emissoras FM daqui. Moro no Carianos e levo uns 15 minutos para chegar ao Centro, de carro. Durante o percurso, dificilmente consigo achar alguma coisa que mereça ser ouvida. Não há espaço para coisas mais alternativas, mais à margem da pura e simples música comercial.
Há muito tempo (perdoem o momento nostalgia), tínhamos mais opção, época da saudosa "Rádio Rock", como se chamava a Antena 1. A própria União FM chegou a oferecer alguma coisa mais alternativa, mas não durou muito. Ou, indo mais longe, a "Musical FM", que no seu início oferecia música clássica (!) nos 101,7 Mhz.
Hoje, a situação é triste. Claro, há a Itapema, que ainda nos brinda com música de qualidade, embora excessivamente sóbria e adulta. Não há espaço para um momento mais "porralouca", com bandas como Ramones, Sex Pistols, Clash, Dead Kennedys, Toy Dolls... ou mesmo o puro Rock'n'Roll: alguém já ouviu nas nossas rádios Rolling Stones, Led Zeppelin, Scorpions? Há alguns dias, sintonizei na Atlântida durante o dia e estava tocando "Sultans of Swing", do Dire Straits. Não acreditei, cheguei a conferir a freqüência e era mesmo a Atlântida... mas minha alegria durou pouco: assim que o Mark Knopfler parou de cantar e começou o famoso solo de guitarra, o locutor dirou a música e entrou com suas abobrinhas... afinal, que ingenuidade, achar que a rádio iria tocar inteira uma música com mais de 5 minutos.
Uma esperança seriam as FM's Comunitárias, que pela hipotética ausência de lucro, poderiam estar mais à vontade para tocar o que bem entendessem... mas não parece ser o caso. As que entraram no ar até o momento (Luar FM de São José, São Francisco FM de Palhoça e a Biguaçu FM, todas em 104.9), parecem apenas seguir a surrada "fórmula BAND": muito pagode e música sertaneja.
O engraçado é que parece existir público para outro tipo de rádio. Várias pessoas com quem converso acham isso, que é uma dureza ouvir rádio em Floripa. Mesmo assim, nada é feito.
Ah, quase ia me esquecendo: no outro extremo do lugar ocupado pela Itapema, com música também diferenciada mas radical em excesso está a De Tróia, FM Livre do pessoal da UFSC que transmite em 102,9 (não tente ouvi-la agora, durante as férias escolares ela fica fora do ar).
Assim, só nos resta ficar com os CD's... e torcer que a situação mude, um dia.
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